Chapecó unido com a solidariedade colombiana

Créditos: Twitter de Federico Gutiérrez / Prefeito de Medellín
Créditos: Twitter de Federico Gutiérrez / Prefeito de Medellín
Créditos: Twitter de Federico Gutiérrez / Prefeito de Medellín

 

Texto: Julio Pollhein 

Em meio à dor e tristeza, um cerimonial na noite de quarta-feira (30/11/16), às 21h, em Chapecó (SC) homenageou, as 71 pessoas que tiveram suas vidas interrompidas na Colômbia, durante o maior acidente trágico do meio esportivo.

O grito “Vamos, vamos chape” ecoado ontem no mundo, ficou ainda mais forte pelo público que lotou a Arena Condá.  A torcida que foi ao estádio mais uma vez para apoiar o time da cidade ovacionou os nomes dos jogadores, dirigentes e jornalistas locais que estavam no voo.

O avião que transportava a delegação caiu por falta de combustível em Cerro Gordo, minutos antes de pousar no Aeroporto de Medellín, na madrugada de segunda-feira (29).  O Verdão do Oeste iria jogar no dia seguinte a sua primeira decisão internacional contra o Atlético Nacional em disputa (jogo de ida) pela Copa Sul-Americana.

Tributo Verde e Branco

Alguns torcedores do Verdão que participaram à noite da vigília de solidariedade pelas vítimas realizada na Arena, denominada “Tributo Verde e Branco”, tinham passado o dia acampados em barracas no local. Talvez o pensamento insistisse em não acreditar na tragédia acontecida com o time do coração.

Durante celebração religiosa para confortar parentes das vitimas foi montada uma estrutura especial no gramado. O padre Igor conhecido também na cidade por ser torcedor do time usou no final, frases do hino da Chapecoense para levantar a autoestima do público: “Nas alegrias e nas horas mais difíceis, meu furacão, tu és sempre vencedor”.  A torcida vibrou como estivesse num jogo e gritou novamente: “É Campeão, é campeão!”.

Um volta olímpica com crianças e jogadores da base uniformizados em verde e branco, emocionou ainda mais a torcida que não parava de tremular as bandeiras e mostrar faixas.  Um sinal que o clube não morreu e sim se fortaleceu com o apoio de vários países e medalhões do futebol mundial, como foi visto na quarta-feira.

Em entrevista, o vice-presidente do clube, Ivan Tozzo falou sobre a importância da estrutura que o clube tem para remontar um novo time e continuar seguindo em frente. Tozzo ainda revelou a adesão de 13 mil sócios fora da cidade, depois da tragédia.

Participaram também da volta olímpica, restante da comissão e jogadores que não viajaram para Colômbia. É o caso do goleiro Nivaldo, Rafael Lima, além de Nenê, que estão na Chapecoense desde o tempo em que a equipe não tinha série.  Em 2009 o time conseguiu vaga para a série D; 2012 série C; 2013 série B; 2014 série A e 2016 já estava disputando a Copa Sul-Americana, com uma campanha de encher os olhos.

Durante o evento, quem não chorou foi aos prantos quando um  vídeo exibido no telão do estádio mostrou os rostos  da delegação que estava no voo.  O público continuou cantando o grito de “É CAMPEÃO!” com os celulares acessos sem querer sair do estádio mesmo depois que o cerimonial  terminou na Arena, às 22h30.

Em sintonia com a Colômbia

No mesmo horário, homenagens às vítimas do voo, já estavam sendo transmitidas pela televisão mundo a fora. As imagens mostraram emoção, comoção e principalmente muita solidariedade do público colombiano presente no Estádio Atanásio Girardot. No local seria realizado o primeiro jogo da decisão, entre Atlético Nacional e Chapecoense pela Copa Sul-Americana.