O Censo Demográfico de 2022, divulgado pelo IBGE no início de junho, revelou mudanças importantes no cenário religioso de Santa Catarina. O levantamento não indica dados de nenhum município específico, mas retratata o que mudou no estado em mais de uma década.
A maioria da população com 10 anos ou mais ainda se declara católica apostólica romana, mas a proporção caiu de 73,5% em 2010 para 64,3% em 2022 — uma perda de 9,2 pontos percentuais. Apesar da queda proporcional, o número absoluto de católicos cresceu 7,2%, passando de 3,97 milhões para 4,27 milhões de pessoas.
O segundo maior grupo religioso no estado é o dos evangélicos, que avançaram de 19,6% para 23,4% da população em 12 anos. O crescimento absoluto foi de 498 mil pessoas, um aumento de 32% — subindo de 1,05 milhão em 2010 para 1,56 milhão em 2022.
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Já os que se declaram sem religião dobraram sua participação desde o último censo, passando de 3,2% para 6,3%. Em números absolutos, esse grupo cresceu 58,4%, somando agora 420,6 mil pessoas no estado.
Na categoria “outras religiosidades” — que incluem católicos ortodoxos, testemunhas de Jeová, religiões orientais como o budismo e o hinduísmo, espiritualistas e esotéricos — também tiveram avanço expressivo. Elas representavam 1,8% em 2010 e agora somam 3,4% da população catarinense, o que corresponde a 228,7 mil pessoas.
Entre os menores grupos, a Umbanda, o Candomblé e demais tradições afro-brasileiras tiveram o maior crescimento proporcional: 82,8%. O grupo saiu de 9 mil seguidores em 2010 para mais de 52 mil em 2022, o que representa 0,8% da população.
A religião espírita, por sua vez, teve leve queda percentual (de 1,7% para 1,6%), mas cresceu em números absolutos, somando 108 mil pessoas — aumento de 16,5% em relação ao censo anterior.
Faixa etária e religiosidade
A distribuição por idade mostra diferenças importantes. Católicos predominam entre os mais velhos, atingindo 77,4% da população com 80 anos ou mais. No grupo entre 25 e 29 anos, esse percentual cai para 57,9%.
Já os evangélicos têm mais força entre os mais jovens: 28,2% dos catarinenses de 10 a 14 anos se identificam com essa religião. Os sem religião também aparecem mais entre os jovens adultos, com pico de 10,6% nas faixas de 20 a 29 anos.
A Umbanda e o Candomblé têm maior presença entre os jovens de 15 a 29 anos, com mais de 1% de adesão nesse público, mas caem para menos de 0,6% após os 49 anos.
Diferenças por cor, escolaridade e acesso à internet
Entre os brancos, que formam a maioria da população de Santa Catarina, os católicos somam 67,5%, enquanto entre os indígenas os evangélicos são maioria (39%). Pessoas que se declaram da cor amarela têm os maiores índices de “sem religião” (22%) e de “outras religiosidades” (12%).
A escolaridade também influencia na composição religiosa. Os espíritas apresentam o maior percentual de pessoas com ensino superior completo: 51,9%. Já entre os católicos esse índice é de 21,2%, e entre os evangélicos, 15,9%. Por outro lado, 32,4% dos católicos e 32,5% dos evangélicos têm ensino fundamental incompleto ou nenhuma instrução formal.
Quanto ao acesso à internet, 98,5% dos espíritas vivem em domicílios com conexão, seguidos por adeptos da Umbanda e Candomblé (97,3%). Entre católicos, o índice é de 94%, e entre evangélicos, 94,6%.
Frequência escolar
Na faixa etária de 13 a 17 anos, os maiores índices de frequência escolar foram observados entre os seguidores de Tradições Indígenas (94,5%) e da religião espírita (93%). Os menores percentuais foram entre os adeptos da Umbanda e Candomblé (87,3%) e pessoas sem religião (88,7%).
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