A gripe aviária (H5N1), conhecida como Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), segue se espalhando pela América do Sul, aumentando o alerta sanitário em diversos países. No dia 14 de fevereiro de 2025, a Argentina notificou um surto da doença na região de Chaco – Três Ilhas, em aves de subsistência. Além disso, casos foram confirmados no Peru em fevereiro deste ano e na Colômbia em dezembro de 2024.
O vírus, altamente contagioso entre aves, pode ser transmitido pelo contato direto com secreções e fezes contaminadas, além da dispersão pelo vento em locais onde há grande concentração de aves. Com a migração sazonal de aves que utilizam o litoral e outras áreas de Santa Catarina como rota e ponto de descanso, cresce o risco de introdução do vírus no Estado.
Diante disso, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), órgão responsável pela defesa sanitária animal, reforça a importância da vigilância constante e da notificação rápida de qualquer suspeita. O objetivo é manter a avicultura catarinense protegida, evitando prejuízos econômicos e sanitários.
Apesar da preocupação, a Cidasc destaca que as aves migratórias são parte essencial do ecossistema e que a prevenção deve ser feita por meio de medidas sanitárias, sem qualquer tipo de caça ou abate indiscriminado.
Monitoramento e medidas de controle
Até o momento, não há registros da doença em Santa Catarina, mas a Cidasc alerta que a prevenção começa com a adoção de medidas rigorosas de biossegurança. A presidente do órgão, Celles Regina de Matos, destaca que o Estado possui um dos sistemas de defesa sanitária animal mais estruturados do Brasil, mas reforça a necessidade de colaboração dos produtores e da população.
“A notificação rápida de qualquer suspeita é fundamental para garantir uma resposta ágil e eficaz, protegendo nossa avicultura e evitando prejuízos econômicos e sanitários”, afirma.
Os principais sinais da gripe aviária em aves incluem:
- Aumento repentino da mortalidade;
- Tosse, espirros e secreção nasal;
- Lesões hemorrágicas nas pernas e músculos;
- Inchaço nas juntas;
- Alteração na coloração da crista e barbela (roxas, azuladas ou vermelho-escuras);
- Falta de coordenação motora e andar em círculos;
- Diarreia e desidratação;
- Queda na produção de ovos e alterações na casca dos ovos.
Para reduzir os riscos, a Cidasc recomenda:
- Reforçar as medidas de biossegurança em granjas e demais estabelecimentos avícolas;
- Proteger alimento, água e aves do contato com outras aves, especialmente as de vida livre;
- Monitorar sinais da doença e casos de mortalidade, garantindo a notificação imediata ao Serviço Veterinário Oficial;
- Manter contato contínuo com os Serviços Veterinários Estaduais para alinhamento das ações de prevenção e resposta.
A importância da notificação rápida
A gripe aviária é uma doença de notificação obrigatória, conforme estabelecido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Além disso, qualquer ocorrência de sinais clínicos desconhecidos, alta mortalidade ou casos inesperados devem ser comunicados imediatamente.
A notificação pode ser feita das seguintes formas:
- Presencialmente ou por telefone nas unidades locais, regionais, estaduais ou federais do Serviço Veterinário Oficial;
- Diretamente no site do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), garantindo o encaminhamento imediato do caso para a equipe responsável no município afetado.
Quanto mais cedo uma suspeita for comunicada, maior a chance de controle da doença antes que ela cause impactos severos na avicultura e na economia catarinense. A colaboração dos produtores e da população é essencial para manter Santa Catarina livre da gripe aviária e preservar a segurança sanitária do setor.