Boa comida caseira, roda d’agua, bela paisagem rural e o engenho que produz cachaça

Conheça o Engenho do Nono, fundado em 1918 no bairro Alto Gasparinho, em Gaspar.

Foto: Luiz Carlos Zimmermann [OBlumenauense]

OBlumenauense tem mostrado alguns locais em nossa região que vale a pena conhecer. No bairro Alto Gasparinho, em Gaspar, nossos leitores puderam conferir a matéria produzida na Trutaria Bertoldi, que rendeu muitos acessos e compartilhamentos.

Nesse mesmo Vale da Itália, um projeto desenvolvido em parceria com a Secretaria de Turismo da cidade, você encontra o Restaurante Engenho do Nono. O empreendimento é dos irmãos Vandeir Cezar, de 44 anos, e Gilmar Cezar, de 37, que herdaram de seu avô um engenho de cachaça que ainda continua moendo cana-de-açúcar, transformada no destilado tão apreciado pelos brasileiros, além de melado. Mas eles contam com suas esposas para tornar possível esse sonho.

No dia 18 de abril de 2021, um domingo, fomos conhecer esse belo espaço e experimentar a comida caseira que Vandeir diz seguir a tradição da sua avó, ou a Nona, como se diz carinhosamente em italiano. Para chegar até lá, você segue pela Avenida das Comunidades (centro de Gaspar), até chegar no viaduto, acessa a direita, depois à esquerda na Rua Frei Solano. Após um um bom trecho de asfalto, você continua pela Rua Itália e vai passar na frente da Capela Santo Antônio. Na primeira rua à esquerda, você entra na Rua Carlos Coradini, até chegar no final, no nº 1851, onde há um pequeno portal. A estrada é de chão, sinuosa e no meio da mata.

Fomos recebidos pelo Vandeir um pouco antes do almoço e fizemos uma entrevista em que ele detalha toda a história do lugar. O ambiente rústico me agrada em especial, com rodas de carroça decorando o teto que servem de lustre para as lâmpadas. Logo no começo, na frente do balcão de atendimento, você pode experimentar a cachaça produzida desde 1918 pelo bisavô Ulberto Maquetti, com os licores que entraram na linha em 2010.

Um pequeno corredor tem peças antigas de um lado, e do outro, um mural contando de forma rápida a história do lugar. No ambiente seguinte, toda a estrutura do engenho com a antiga roda d’água que gira alimentada pela água canalizada de um pequeno riacho raso e límpido. No vídeo, Vandair explica todo o processo de produção que pode ser até acompanhado ao vivo, desde que agendado.

A paisagem ao redor é encantadora, um verdadeiro cartão postal. Uma construção de madeira na frente de uma simpática ponte, permite às crianças subir e se divertir. No alto de um morro com verde pasto, um balanço convida aos que tiverem fôlego para subir, que de brinde, ainda poderão apreciar uma vista privilegiada da localidade. Por exemplo, é possível ver a plantação de cana-de-açúcar, de onde vem a matéria da cachaça e do melado produzidos no local.

No entorno do restaurante, uma decoração agradável e feita com bom gosto remete o tempo todo ao passado de quem nasceu no ambiente rural. Alguns detalhes chamam a atenção, como um arado, uma carroça e até o esqueleto da cabeça de um boi no meio dos galhos de uma árvore.

A comida servida no local é toda preparada pela família. Por enquanto, o estabelecimento funciona somente aos domingos, quando é servido o buffet, e aos sábados, com churrasco de igreja e acompanhamentos. No terceiro sábado do mês, também tem o café colonial, que segundo Vandair, segue as receitas da avó servidas em cafés e encontros da família.

Foto: Luiz Carlos Zimmermann [OBlumenauense]
Ele me contou a sua vida de batalha e que trabalhou por muitos anos em Blumenau, se deslocando todos os dias por mais de 33 quilômetros. Além do restaurante, ainda trabalha em uma fábrica, mas o sonho dele é um dia conseguir focar no empreendimento que começou com seu bisavô. Apesar de tanta história, as bebidas produzidas no local só podem ser compradas lá, já que a produção média é de 3.500 litros por ano.

A matéria foi produzida com o registro das imagens feitas pelo nosso colaborador Luiz Carlos Zimmermann, que gentilmente nos acompanhou. A Marlise Cardoso Jensen e o Nikolas Jensen, deram todo suporte para que a reportagem fosse produzida.

Confira agora o vídeo que traz muito mais informações.

História

Em meados de 1918, Ulberto Maquetti inicia produção de cachaça no Engenho do Nono em tração animal, moía a cana-de-açúcar para dar início ao processo de fabricação da cachaça. Em 1940 a produção começa a ser feita a partir da roda d’água. Preservando a tradição, os irmãos Gilmar e Vandeir, seguem a receita artesanal herdada pelo seu nono. No ano de 2010 o engenho ampliou seus produtos, surgindo licores de vários sabores e a batida de limão.

Restaurante Engenho do Nono
Rua Carlos Coradini, nº 1851, no bairro Alto Gasparinho, em Gaspar (SC)
Fone: (47) 2102-0904
WhatsApp: (47) 98828-1596
Facebook e Instagram: @engenhodonono