Blumenau tem a segunda Praça da Leitura do Brasil, a primeira no Sul

 

Por Claus Jensen, com fotos de Marlise Cardoso Jensen

Foi entregue à comunidade na noite desta segunda-feira (4/9/17), a “Praça da Leitura” na esquina das ruas Engº Paul Werner e Almirante Barroso, no bairro Itoupava Seca. Projetada pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), a obra foi resultado de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a empresa Eletro Aço Altona S.A., o Ministério Público e a Prefeitura de Blumenau.

 

 

Estavam presentes autoridades, equipe da prefeitura, comunidade, entre outros. A diretora de Desenvolvimento de Projetos da Sedur, Aparecida de Camargo, comentou na cerimônia de abertura, que é única praçana região Sul e a segunda em todo país com proposta similar. A primeira foi construída em Belém (PA).

 

Aparecida de Camargo, diretora de Desenvolvimento de Projetos da Sedur

 

Com uma área total de 256 metros quadrados, o ambiente conta com itens diferenciados, como área coberta para leitura, estante para depósito de livros, além de bancos, lixeiras, paraciclo e iluminação para atividades noturnas.

 

 

A obra recebeu um investimento de R$ 117 mil, resultado de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a empresa Electro Aço Altona S.A. e a Prefeitura de Blumenau, viabilizado pelo Ministério Público de Santa Catarina. Enquanto a doação do terreno, o projeto e a manutenção ficaram sob responsabilidade da administração municipal, a construção ficou por conta da empresa.

 

 

 

Para o diretor-geral da Altona, Duncan McKay, é um desafio fazer um ambiente público ter longevidade. “Nós temos uma biblioteca na empresa, onde são consultados e emprestados de 400 a 500 livros por mês. Espero que eles (funcionários) também ajudem na manutenção da praça. Pessoalmente, compro de 10 a 15 livros por mês”, comenta o executivo revelando a sua paixão pela literatura.

Questionado sobre o que poderia ajudar a tornar a leitura mais popular no Brasil, McKay sugeriu que os preços deveriam baixar.”O primeiro passo também é ter programas de leitura infantil e divulgar mais pela imprensa as vantagens de ler. Os próprios pais também tem dificuldade de estimular a leitura, mas não saberia como trabalhar isso”, finaliza McKay.

 

 

Patrícia Lueders, Secretária de Educação da Prefeitura de Blumenau

 

A Secretária de Educação, Patrícia Lueders, destacou a união entre o legislativo, empresa privada, judiciário e executivo. Para ela, a inauguração da Praça da Leitura é pensar em uma política de educação e cultura para a cidade. “É trazer uma ampliação de repertório cultural, onde o encontro de gerações, seja criança, adolescente, adultos e idosos; vai poder usufruir muito além da leitura. Podem ter amostras de trabalhos, apresentações culturais, incentivo às escolas para visitação e os alunos também estimular os próprios pais a conhecer”, comenta a secretária.

Sobre a possibilidade dos livros serem furtados ou até estragados, Lueders disse que o projeto previu uma reserva de exemplares para serem repostos. “Se a perda acontecer para que uma pessoa possa ler, vamos pensar de forma positiva. É claro que na parceria da Secretaria de Educação com a Fundação Cultural, já foi previsto um banco de reserva de livros, não só para repor, mas até trocá-los. Assim aquela pessoa que vai com frequência à praça, terá acesso a diferentes obras e gêneros literários”, concluiu Lueders.

 

 

Rodrigo Ramos, presidente da Fundação de Cultura de Blumenau

 

Entregar a segunda Praça da Leitura do país, tem um significado especial para Rodrigo Ramos, presidente da Fundação Cultural de Blumenau. “A fundação é responsável por 20 projetos de promoção a leitura. Nessa gestão tenho prezado muito pela parceria com a secretaria municipal de educação, atingido a formação de leitores nas séries iniciais, além da preparação e capacitação dos profissionais na sala de aula. Sabemos que a vida é corrida e os professores nem sempre conseguem se preparar. Em relação a praça, eu espero que a comunidade se apodere desse espaço, porque o livro transforma e forma cidadãos. A ideia da Fundação Cultural é buscar parcerias junto com a sociedade organizada, para que possamos desenvolver contação de histórias, rodas de conversas, doação de livros de forma sistemática e eventos com temas como romance, histórias em quadrinhos, design, etc”, comentou.

Rodrigo também ressalta a importância da comunidade em preservar e manter atualizada a biblioteca. “Espero que quem busque o livro na praça, leia, depois devolva, quem sabe com um outro, tudo de forma organizada. O ministério público, a prefeitura e a empresa que construiu fizeram as sua parte. Agora o cidadão também precisa fazer a sua,” conclui Rodrigo.

 

 

 

A Procuradora de Justiça de Santa Catarina, Dra. Monika Pabst, veio de Florianópolis para a inauguração. Na época em que foi feito o TAC, ela era responsável pela 5ª Promotoria de Justiça do Ministério Público de SC em Blumenau, trabalhando junto com a 13ª, do Dr. Leonardo Todeschini. “É uma satisfação ver concluído aquilo que você imaginou e trabalhou durante um bom tempo. Essa praça é especial, porque foi o último dos três projetos de praças, dos procedimentos do Ministério Público, que visavam garantir um retorno para a comunidade local. Na busca pelo espaço, esse foi o último apresentado pela Aparecida. Foram três praças, que me encantaram, a primeira foi a Pet Place, um projeto que logo apostei. Foram três meses entre o desenvolvimento do projeto, ter orçamento pronto, conversação com a empresa, quando então finalizamos o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Para nós foi a melhor solução para o problema específico que nos foi apresentado,” comenta Pabst.

Para a procuradora é gratificante ver uma área que até então era mal aproveitada, estava escura e causava preocupação de segurança. Dra. Monika costumava passar em suas caminhadas pelo local, mas começou a evitar, por causa disso. “Agora vemos um espaço tão bonito, que esperamos ser efetivamente bem aproveitado por nossas crianças, jovens, adultos e pessoas da terceira idade. Embora alguns achassem que estivéssemos perdendo nosso tempo com o esforço nestas praças, na verdade estávamos investindo em um projeto como esse”, conclui a procuradora do Ministério Público de SC.

 

 

 

Foto: Marcos Fernandes

 

 

Foto: Marcos Fernandes