Ampliar a malha ferroviária tem que estar nas prioridades do próximo presidente

 

O transporte de passageiros e de carga sobre trilhos, ou seja, realizado por trens, ainda é inexpressível no país. Dados da pesquisa Mobilidade da População Urbana 2017, realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), mostram que apenas 0,2% dos municípios brasileiros, com mais de 100 mil habitantes, oferecem esse tipo de transporte para a população.

​Para modernizar e ampliar a infraestrutura e realizar um planejamento adequado do transporte de passageiros sobre trilhos, o Brasil precisaria investir cerca de R$ 170 bilhões, de acordo com os dados da CNT.  Além disso, tem uma função estruturante, com forte impacto social, pois oferece maior capilaridade e agilidade ao sistema de transporte. Não só reduz o tempo de deslocamentos dentro das cidades, mas oferece maior segurança aos passageiros, diminue os congestionamentos e contribui para diminuir a emissão de gases na atmosfera.

Para aumentar a oferta de transporte de passageiros sobre trilhos, o próximo presidente da República vai ter de se empenhar em planejar e traçar metas que realmente se transformem em benefícios para a população, como explica o presidente da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos, a ANPTrilhos, Joubert Flores Filho.

“O que precisa, basicamente, é você ter um planejamento, por cada região, para estabelecer quais são os corredores que precisam ter um transporte de alta capacidade. Tentar fazer que isso se cristalize, vire uma realidade, é um primeiro passo”, analisa Joubert.

Em Santa Catarina existe um projeto para fazer uma ferrovia ligando o oeste aos portos da região norte, melhorando em muito o escoamento da produção. Além da rapidez na locomoção, já que o trem não pega trânsito como um caminhão, a redução de peso nas rodovias ajudaria na sua preservação.

O problema é o alto custo para sua construção, que a longo prazo seria pago com as vantagens logísticas das indústrias. Um levantamento preliminar deu uma estimativa de R$ 12 bilhões a R$ 14 bilhões, dependendo do trajeto escolhido.

Mas é importante lembrar que a competitividade de um país está ligado diretamente a sua capacidade de movimentar a produção. Se compararmos o custo para manutenção de estradas e construção de novas, como é o caso da região norte, deve ser muito mais vantajoso. É um assunto que precisa estar na pauta e nós eleitores, valorizarmos na hora de escolher quem vai determinar o futuro do país.