Aluno do SENAI de Blumenau é finalista para ocupar vaga na WorldSkills

 

Por Camila Costa

Problemas familiares e dificuldade na hora de treinar não foram suficientes para tirar Eduardo Mateus Hermann da maior disputa de educação profissional do mundo. O catarinense de 21 anos é um dos 57 alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem (SENAI), finalistas para ocupar uma vaga na delegação brasileira para a WorldSkills. A competição será realizada em agosto, na Rússia, e premiará os melhores jovens dentro das áreas de profissões técnicas e do setor de serviços.

Os participantes terão que demonstrar habilidades individuais e coletivas para responder aos desafios de suas ocupações, dentro de padrões internacionais de qualidade. Eduardo é aluno do SENAI de Blumenau e se forma no final do ano como tecnólogo em rede de computadores. Ele competirá na modalidade Gestão de Sistemas de Redes. “Durante meu processo de treinamento tive problemas, meu treinamento foi bem turbulento, mas fui com vontade de ganhar”, lembra o jovem.

Eduardo cresceu e estudou em Corupá, no Jardim de Infância Anita Garibaldi, na Escola Municipal José Pasqualini e na Escola de Educação Básica Teresa Ramos. Começou a trajetória no SENAI em 2012 e o primeiro contato dele com a Olimpíada do Conhecimento foi em 2015, na etapa estadual. Na época, o resultado não foi o esperado. Eduardo ficou em quarto lugar, representando Jaraguá do Sul. Precisou se dedicar mais aos treinamentos para melhorar a classificação. Largou o emprego que tinha na época e se dedicou apenas aos treinamentos. Dois anos depois, veio o resultado: ganhou a medalha de ouro na etapa estadual.

“O espírito de olimpíada fez a maior diferença. De certa forma eu absorvi isso, com os erros que cometi em 2015, que sei quais são. Enxerguei na hora. E depois consegui enxergar onde eu podia chegar e como eu podia fazer para chegar lá. A questão de comprometimento, responsabilidade, foco no treinamento – esse conjunto de fatores – me tornou um medalhista de ouro”, afirma Eduardo. A etapa nacional foi no ano passado, em Manaus, entre os dias 3 e 7 junho. Lá, Eduardo carimbou a passagem para a etapa final do Mundial.

A última maratona de treinamentos será em Brasília. Dos 57 alunos do SENAI, um irá para o centro de treinamento de Belém, outro para o de Porto Alegre e quatro para Santa Catarina, para o centro que fica em Joinville. O restante dos jovens virá para Brasília, onde serão distribuídos entre as três unidades da capital federal.

Na Rússia, o projeto que cada um dos participantes terá que desenvolver é surpresa. Há um desafio e ele precisa ser cumprido em quatro dias, em um prazo de no máximo 22 horas, a depender da profissão. Ao fim desse tempo, os projetos são avaliados e os resultados, anunciados.

Segundo Eduardo, o apoio da família, da namorada e dos amigos é o combustível que ele precisa para chegar com gás na final. “Então, não importa o que acontecer, vou dar meu máximo, estar de bem com tudo e fazer o possível para que consiga chegar no que todo mundo espera. Sempre tento dar meu máximo para conseguir juntos chegar no objetivo maior’, observa.

Estudos mostram que a educação profissional impacta positivamente a vida de diversos jovens no Brasil. Em 2017, cerca de 80% dos estudantes que concluíram cursos técnicos foram inseridos no mercado de trabalho já no primeiro ano.

De acordo com levantamento do SENAI, o curso técnico é o caminho mais rápido para a inserção qualificada do jovem no mundo do trabalho, e também uma opção para o trabalhador desempregado em busca de recolocação no mercado. O salário de um profissional técnico varia entre R$ 8,5 mil e R$ 12 mil. Para o diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, o país tem potencial em educação profissional. “O Brasil tem sido representado pelo SENAI e pelo Senac, que tem as ocupações mais da área do comércio e serviços, e o Brasil fica sempre entre os primeiros colocados”, afirma.