Acompanhe os principais tópicos abordados na audiência pública sobre o transporte coletivo

 

Fotos: NW Blumenau

Na noite desta quinta-feira (10/03/16), foi realizada a primeira audiência pública do transporte coletivo de Blumenau. Dos 15 vereadores da casa, estiveram ausentes Marco Antônio Wanrowski (PSDB), Cezar Cim (PP), Célio Dias (PR), Zeca Bombeiro (SD) e Fábio Fiedler (PSD). Este último é o presidente da Comissão Especial criada na Câmara para avaliar o serviço prestado pela Piracicabana.

Representantes da ACIB, OAB, Sindetranscol, Sintraseb, Sintrafite, Conseg, ABC Ciclovias, também estiveram presentes na audiência.

A audiência foi convocada pelo vereador Ivan Naatz (PDT), que se disse preocupado com a indenização a ser paga, caso o Consórcio Siga vença na justiça sobre a ilegalidade da caducidade do contrato. O valor poderia chegar a R$ 2 bilhões. Segundo Naatz, ele não tem dúvidas de que a Piracicabana irá ganhar essa nova licitação que está sendo feita. Ele saiu ovacionado pelo público formado em sua maioria por militantes e simpatizantes do PT , PSOL, PCdoB, PDT e outros grupos de esquerda.

 

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Ficou a cargo do presidente da Câmara de Vereadores, Mário Hildebrandt, a tarefa de colocar ordem na casa. Foi dada preferência às autoridades convocadas para esclarecer dúvidas.

 

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Quando o Presidente do Seterb, Carlos Lange, tomou a palavra foi interrompido várias vezes por vaias. Ele apresentou vários dados sobre as notificações emitidas ao Consórcio Siga nos últimos anos. No primeiro ano do consórcio, em 2007, foram emitidas 19 notificações, mas em 2015 chegaram a 53.391.

Quando Napoleão Bernardes assumiu a prefeitura em 2013, tinham 1.331 notificações do ano anterior, que em dezembro aumentaram para 7.186. Com isso defendeu que o Seterb foi atuante na fiscalização dos ônibus. A maioria das notificações no último ano, foram pelo não cumprimento de horários, em função das greves e paralisações por causa da falta de pagamento da empresa Glória.

Segundo Lange, em janeiro deste ano 57 ônibus do consórcio estavam parados, 27 deles por decisão judicial. O resto por questões mecânicas. O presidente do Seterb tem consciência dos problemas e se disse empenhado em resolvê-los.

 

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O vereador Jefferson Forest (PT) disse que o problema do transporte público já deveria ter sido resolvido em 2013. O ministério público teria que ser mais atuante e cobrar explicações sobre a venda da Glória. Segundo Forest, a partir daquela vez, ele já sabia que ia dar problema no transporte público, inclusive com o atraso no salário todos os anos. Ele acusa o Seterb de não ter fiscalizado adequadamente. Para ele, o rompimento do contrato foi o maior absurdo que aconteceu no transporte coletivo de Blumenau. Reclamou também por não instalarem uma CPI e abafarem o assunto dentro da câmara. Ele disse que a empresa Piracicabana chegou ganhando benefícios e que a mobilidade mal resolvida faz a cidade andar para trás.

O Vice-Presidente da ABC Ciclovias, Giovani Rafael Seibel, visitou três terminais, para fazer uma pesquisa sobre integração dos ônibus. Conversando com algumas pessoas nos locais, a maioria não sabia da audiência pública e sugeriu até que deveria ser feita lá, onde a população usa os coletivos. Segundo ele, “As pessoas que precisam não participam”. Seibel também disse que quando foi sugerida a integração bicicleta / ônibus, algumas pessoas chegaram a fazer piadas. Mas em Balneário Camboriú e Itajaí, já pensam em fazer essa integração.

 

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O diretor de Transportes de Blumenau, Lairto Leite, disse que tem muita gente querendo voltar ao passado, e se sentia orgulhoso por Napoleão ter tido a coragem de quebrar o contrato do Siga. Confirmou que a frota da Piracicabana tem mesmo idade média de 6,3 anos e reconheceu os problemas nos veículos. Após receber críticas no início da audiência sobre as estações de Pré-Embarque, ele lembrou que estão abertas e iluminadas, com orientações para os ônibus pararem permitindo a entrada dos usuários.

Sérgio Bernardo, diretor de comunicação do Sintraseb, comentou que foi chamado as pressas em um dos locais que a prefeitura cedeu para os ônibus da Piracicabana estacionarem. Segundo ele, tinha sido solicitada a saída de 22 servidores que agora estariam desalojados, sem local de trabalho e quem paga a conta é a população de Blumenau. Questionou quantas multas foram emitidas em função do gás tóxico emitido pelos veículos e por não cumprimento das condições adequadas de trabalho.

O presidente do Coletivo Rodovel, Vitor Roza, disse que em 2011 o consórcio contratou uma empresa para avaliar as práticas no calcular da remuneração das passagens de ônibus. Nos moldes das que estavam em operação, estariam gerando um prejuízo muito grande. Lembrou que a empresa sempre pagou em dia seus funcionários, somente em dezembro passado teve problemas, gerados pela própria paralisação. Em vários momentos também foi vaiado e pediu o direito de se expressar.

Várias outras pessoas usaram o microfone, a maioria criticando a administração atual. Era perceptível a presença da oposição. A audiência cumpriu o papel de colher subsídios e informações junto à sociedade para matérias em análise, bem como oferecer aos interessados a oportunidade de encaminhamento de seus pleitos, opiniões e sugestões relativas ao transporte coletivo.

 

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OBlumenauense agradece à equipe do site NW Blumenau por nos ceder as fotos.