Fotos: Equipe OBlumenauense e Alfredo Lindner | Texto: Claus Jensen
Exagero no título? Não, é um ser vivo. Desde às 6h desta sexta-feira (27/5/16) a árvore mais comentada da cidade está sendo retirada de onde foi plantada há décadas. Depois de muita polêmica e prazo de corte estabelecido pela promotoria pública, ela finalmente vai abaixo.
A Polícia Militar recebeu um ofício para manter a segurança durante o corte da árvore, que não é nativa da flora brasileira. Aliás hoje é comemorado o Dia da Mata Atlântica e semana que vem, dia 5 de junho, o dia do Meio Ambiente. A guarda de trânsito também está no local, já que a pista onde acontece o corte está interditada. O trabalho deve durar a manhã toda.
Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre Ministério Público, a construtora Torresani, o condomínio e a prefeitura de Blumenau, determina que a árvore seja cortada para permitir a circulação adequada e segura de pedestres e cadeirantes. Como compensação o condomínio, vai plantar cinco árvores nativas em áreas públicas, indicadas pela Fundação Municipal do Meio Ambiente (Faema).
No dia 11 deste mês, manifestantes onde a grande maioria eram alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da FURB, impediram a primeira tentativa de corte. Eles estavam acompanhados pelo professor e arquiteto Christian Krambeck e representantes de entidades, como ABC Ciclovias ou coletivos como “Minha Blumenau”. Os alunos ficaram de plantão desde às 7h, já que o corte poderia ocorrer a qualquer momento.
Mas hoje, feriadão, sem aula na Furb e quando muitos foram viajar, é um dia perfeito para realizar o corte. Os defensores dela, sabem aos poucos que a figueira do bairro Victor Konder é mutilada e morta pelas motoserras.
Para o arquiteto e urbanista Alfredo Lindner, um dos defensores para a permanência da figueira, “É uma falta de bom senso e da estupidez das leis. Ainda está muito longe daquilo que se espera e que gostaríamos que elas fossem. Foi uma covardia a forma como foi feito e tristeza toda essa ação pública,” lamenta. Alfredo se mobilizou desde o ano passado, quando o assunto veio a tona.
Entre as propostas para salvar a fugueira, uma seria alargando a calçada para 90 centímetros. Bastaria revogar o decreto municipal que estabelece a largura da rua e considerar o estabelecido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Outra seria avançar a calçada sobre a pista em frente da árvore e colocar no local uma faixa de pedestres elevada.