Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul irão criar a Aliança Láctea Sul Brasileira para fortalecer e consolidar a cadeia produtiva do leite nos três estados. A decisão foi tomada nesta terça-feira, 15, em Curitiba, durante reunião com os secretários da Agricultura, representantes dos órgãos de defesa sanitária, pesquisa agropecuária, extensão rural dos estados, além do setor privado e entidades ligadas à agricultura.
A expectativa é de que em 10 anos, a produção de leite nos três estados chegue a 19,5 milhões de toneladas de leite por ano, 77% a mais do que é produzido hoje.
Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul são responsáveis por 33% da produção brasileira de leite com 11 milhões de toneladas de leite por ano. O secretário da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina, Airton Spies, explica que os três estados possuem características comuns na produção de leite por isso a iniciativa de unir esforços e tratar do desenvolvimento da cadeia produtiva em conjunto.
Para o secretário, o grande desafio para o setor é evoluir em qualidade, produtividade e organização da cadeia produtiva para que o leite do sul do Brasil seja competitivo no mercado global. “Para que o nosso leite seja um produto competitivo no mercado global, a qualidade do leite precisa melhorar muito e a logística e infraestrutura precisam ser confiáveis para que possam atender demandas constantes de mercados exigentes”, ressalta.
A região formada pelo Oeste de Santa Catarina, Noroeste do Rio Grande do Sul e Sudoeste do Paraná é a que mais cresce em produtividade do leite no Brasil, devido, principalmente, ao clima favorável, mão de obra qualificada e presença de pastagem o ano todo. O secretário Spies ressalta que o setor ainda pode melhorar muito em termos de infraestrutura com estradas para o transporte de leite, energia elétrica para o resfriamento e também investimentos nas propriedades, como em resfriadores e salas de ordenha.
O secretário afirma que a intenção da Aliança Láctea Sul Brasileira é fazer do leite mais uma estrela do agronegócio da região. Os secretários da Agricultura do Sul destacaram a importância de ações voltadas para assegurar a sanidade dos rebanhos, principalmente voltadas para o controle de febre aftosa, brucelose e tuberculose. Santa Catarina é o único estado brasileiro livre de febre aftosa sem vacinação reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Com uma taxa de crescimento médio de 8,6% ao ano, Santa Catarina se destaca como o quinto produtor nacional de leite, responsável por 7,9% da produção do Brasil. Com 80 mil famílias rurais envolvidas, a produção de leite está localizada, principalmente, em pequenas propriedades de agricultores familiares, ou seja, mais de 60% das propriedades tem área total menor que 20 hectares.
Com o objetivo de desenvolver a cadeia produtiva do leite no Sul do Estado, a Secretaria da Agricultura e da Pesca, em parceria com a Epagri, desenvolve o Programa Um Milhão de Litros de Leite. A expectativa é melhorar a pastagem e, num período de cinco anos, dobrar a produção atual de 500 mil litros/dia para um milhão de litros/dia em 32 municípios, abrangendo as secretarias regionais de Braço do Norte, Criciúma, Laguna e Tubarão. Para melhorar a qualidade do pasto para os bovinos, a Secretaria da Agricultura ampliou as cotas de calcário e kit forrageira do programa Terra Boa para os municípios participantes. Além da ampliação do Programa Juro Zero Agricultura/Piscicultura para investimentos em sistemas de irrigação. E a Epagri fornece orientação técnica, por meio dos seus engenheiros agrônomos, veterinários e técnicos agrícolas.
Texto: Ana Ceron | SECOM/SC